terça-feira, 20 de abril de 2010

Mais de mil protestam em Niterói

Centenas de pessoas percorreram o centro de Niterói na última quinta-feira (15 de abril). Não era apenas mais uma manifestação. Muitos vestidos de preto, choravam a dor de ter perdido seus parentes ou pessoas próximas. Do alto do carro de som, se ouvia falas da população mais carente de nossa cidade, que foram vítimas do descaso da Prefeitura de Niterói frente às políticas de habitação e prevenção de deslizamentos de encostas.

Com a solidariedade dos movimentos sociais, os moradores de comunidades marcaram presença na manifestação pacífica, um recado para os mandatários da Prefeitura, que nada fazem pelos mais pobres. A reivindicação principal do movimento era a realização de uma audiência com o prefeito Jorge Roberto Silveira para apresentar os pontos que reivindicam de forma imediata para solucionar os problemas de milhares de desabrigados pelas fortes chuvas. Porém, como já era de se esperar, o prefeito, que tem um caso de amor somente com os poderosos da cidade, voltou mais uma vez a virar as costas para a população e não compareceu ao trabalho também naquela hora. Uma comissão de 10 moradores de comunidades atingidas foram recebidos pelo Secretário de Governo, Michel Salim Saad, tio do prefeito. As comissões de Direitos Humanos da ALERJ e da Câmara Municipal de Niterói marcaram presença no ato, através de seus presidentes, o Deputado Estadual Marcelo Freixo (Psol) e o vereador Renatinho (Psol). A respeito da manifestação popular, declarou o Vereador Renatinho (Psol):"A manifestação foi um avanço e demonstra que os setores mais pobres de nossa cidade estão se organizando, pois desde 1989, vem sendo discriminada pelos sucessivos prefeitos de Niterói, que nada fizeram por essas pessoas. Essa luta é nossa também e continuaremos cobrando do Poder Público maior atenção ao povo carente e respeito ao meio ambiente, pois a prevenção poderia ter sido feita, caso as prioridades do Executivo não fossem outras." O Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói anunciou que irá continuar mobilizado, afim de obter suas reivindicações. O que se assistiu essa noite em Niterói foi um verdadeiro ato de cidadania, solidariedade e participação da sociedade civil.

Audiência pública – 28/04 – 19h

A cidade de Niterói foi a mais afetada pelas chuvas. Os números impressionam: foram cerca de 30 pontos de desabamento, mais de 7000 desabrigados e 146 mortes já contabilizadas. Esses desabamentos que assolaram Niterói e levaram a cidade a decretar estado de calamidade atingiu principalmente as favelas e bairros pobres.
Nesse momento, portanto, é fundamental a solidariedade aos desalojados através do recolhendo de mantimentos como colchonetes, cobertores, alimentos não perecíveis, roupas de cama, produtos de limpeza e outros itens.

No entanto, apenas a solidariedade não basta. É preciso que o Poder Público garanta medidas imediatas para abrigar as famílias desabrigadas e impedir que desastres como este voltem a acontecer. Por isso, as Comissões de Defesa dos Direitos Humanos da ALERJ e da Câmara Municipal, presididas respectivamente pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e pelo vereador Renatinho (PSOL), em conjunto com sindicatos, associações de moradores além de outras entidades que compõem o Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói, convocam para AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A TRAGÉDIA DE NITERÓI.

Na Audiência Pública, os moradores das comunidades atingidas, entidades da sociedade civil e especialistas poderão debater as causas e algumas soluções para o problema. Somente com a solidariedade e a participação de toda a população os governantes darão a merecida assistência aos desabrigados e, principalmente, tomarão as providências para evitar novas vitimas do descaso e omissão.

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